O Vale do Aço viveu dias de caos entre os dias 12 e 13 de janeiro, quando fortes chuvas atingiram a região com intensidade histórica. Em poucas horas, mais de 200 mm de chuva caíram sobre bairros inteiros de Ipatinga e Coronel Fabriciano, provocando deslizamentos, alagamentos e o colapso da estrutura urbana.
A tragédia resultou em pelo menos 12 mortes confirmadas, sendo 10 apenas em Ipatinga. Uma das vítimas era uma criança, soterrada após o deslizamento de uma encosta sobre uma residência no bairro Betânia. Cinco integrantes de uma mesma família morreram no mesmo local.
Bairros como Canaã, Vila Celeste, Bom Retiro e Cariru ficaram alagados. O asfalto cedeu em várias ruas, postes tombaram e dezenas de casas foram invadidas pela lama. A Unidade de Pronto Atendimento do Canaã teve que ser evacuada às pressas após ser completamente tomada pela água.
Em Coronel Fabriciano, o nível do rio Piracicaba subiu rapidamente e invadiu as margens, interditando vias e arrastando veículos. Uma ponte na avenida Rubem Siqueira Maia teve que ser isolada pela Defesa Civil. Um morador morreu ao tentar atravessar uma área alagada.
Santana do Paraíso e Timóteo também sofreram com enchentes, embora em menor intensidade. Em Paraíso, uma vítima foi arrastada pela enxurrada no bairro Industrial. Já em Timóteo, o fórum municipal foi invadido pela água e mais de 30 famílias tiveram que sair de suas casas.
A Defesa Civil atuou incansavelmente durante todo o período, emitindo alertas por sirenes e mensagens de texto, além de coordenar abrigos provisórios em ginásios e igrejas. O governo estadual enviou reforços da Polícia Militar, Corpo de Bombeiros e assistência social.
Especialistas apontam que o fenômeno das chuvas foi intensificado por um corredor de umidade vindo da Zona de Convergência do Atlântico Sul, típico dessa época do ano. No entanto, urbanistas alertam: o crescimento desordenado das cidades, ocupações irregulares em áreas de risco e a falta de planejamento agravam os efeitos de tragédias como essa.
Agora, as cidades atingidas iniciam um lento processo de recuperação. Enquanto maquinários removem entulhos e equipes de saúde acompanham famílias desabrigadas, moradores se reerguem com a solidariedade de vizinhos e voluntários.
A dor ainda é grande, mas o espírito de reconstrução já se espalha pelas ruas do Vale do Aço. A população espera que, desta vez, as autoridades transformem a tragédia em lições e soluções duradouras.