Profissionais médicos que atuam na rede municipal de Ipatinga denunciaram atrasos nos pagamentos referentes aos meses de julho e agosto. Os relatos, feitos de forma anônima, indicam que os atrasos têm afetado médicos que prestam serviços em Unidades Básicas de Saúde, no Hospital Municipal Eliane Martins (HMEM) e na Unidade de Pronto Atendimento (UPA).
Os profissionais, contratados por meio de pessoa jurídica (PJ), afirmam que o pagamento de julho foi feito com atraso e que o de agosto ainda não foi quitado. Alguns médicos relataram dificuldades financeiras e preocupação com a continuidade dos atendimentos caso a situação não seja regularizada.
A empresa Livemed, responsável pela contratação e gestão dos médicos, confirmou o atraso no pagamento de julho e informou que a pendência já foi resolvida. Em relação ao mês de agosto, a empresa afirmou que o processo de quitação está em andamento e justificou o atraso por conta de trâmites administrativos e pendências de repasses do Consórcio Intermunicipal de Saúde (Consaúde) e da Prefeitura de Ipatinga.
Em nota, a Secretaria de Saúde de Ipatinga esclareceu que os médicos contratados via PJ não possuem vínculo direto com o município. Segundo o órgão, o pagamento é repassado ao Consaúde, que, por sua vez, é responsável pelos repasses à empresa prestadora dos serviços. A Prefeitura ressaltou que os pagamentos ao consórcio seguem o prazo legal de até 90 dias.
Já o Consaúde confirmou que há faturas em aberto junto ao município, totalizando mais de R$ 2,3 milhões referentes aos serviços prestados no Hospital Municipal, UPA e PSFs. O consórcio também informou que o faturamento de setembro ainda não foi concluído, pois aguarda a validação dos relatórios de produção por parte da Prefeitura.
Entre os profissionais, cresce o clima de insatisfação e insegurança quanto à regularidade dos pagamentos. Alguns médicos afirmam que temem represálias caso se manifestem publicamente, enquanto outros relatam que a situação vem comprometendo o funcionamento das unidades e o atendimento à população.
O caso segue sendo acompanhado pelos órgãos competentes e pode resultar em medidas judiciais ou administrativas caso os repasses não sejam normalizados nas próximas semanas.



