A enfermeira Kênia Boy, profissional do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU) e docente do curso de Enfermagem do Unileste, apresentou orientações atualizadas sobre as manobras de desengasgo, seguindo as novas diretrizes da American Heart Association (AHA), que substituem as recomendações anteriores.
Segundo a enfermeira, é essencial reconhecer a diferença entre engasgo parcial e total. Quando há passagem mínima de ar, a vítima ainda consegue tossir ou emitir algum som. Já no engasgo total, não há tosse, choro ou fala, caracterizando situação de emergência. Kênia explica que o engasgo silencioso, principalmente em crianças, é extremamente perigoso e exige ação imediata.
Para bebês de até seis meses, o novo protocolo orienta aplicar cinco pancadas nas costas, entre as escápulas, com o bebê de bruços apoiado no antebraço, mantendo a cabeça mais baixa que o corpo. Em seguida, o bebê deve ser virado de barriga para cima para a realização de cinco compressões torácicas com a palma da mão — e não mais com dois dedos, como se ensinava anteriormente. A profissional reforça que não se deve tentar retirar o objeto com os dedos, pois isso pode empurrá-lo ainda mais.
Para crianças maiores e adultos, a orientação é iniciar com cinco golpes firmes nas costas. Caso o objeto não seja expelido, realiza-se a manobra de Heimlich. Se a vítima perder a consciência, recomenda-se iniciar imediatamente a reanimação cardiopulmonar (RCP).
Kênia Boy destaca que identificar rapidamente o quadro de engasgo é fundamental, pois muitas vítimas não conseguem pedir ajuda. Ela reforça que a população deve buscar conhecimento sobre primeiros socorros, uma vez que medidas corretas nos primeiros segundos podem salvar vidas.


