A inelegibilidade do ex-presidente Jair Bolsonaro foi ampliada de forma significativa após decisão recente do Supremo Tribunal Federal, que declarou o trânsito em julgado da condenação relacionada à trama golpista investigada pelo Judiciário. Com isso, além da pena de 27 anos e 3 meses já imposta pela Corte, Bolsonaro passa a estar impedido de disputar eleições até 2060, prazo que reflete o período adicional de oito anos previsto pela legislação após o cumprimento da pena.
A determinação foi encaminhada ao Tribunal Superior Eleitoral, que agora deve registrar oficialmente a nova inelegibilidade. Antes dessa decisão, Bolsonaro já estava impedido de concorrer até 2030, em razão de condenação por abuso de poder político e econômico nas eleições de 2022. A nova inelegibilidade, porém, estende de forma drástica o tempo fora das urnas, na prática impossibilitando qualquer retorno eleitoral do ex-presidente nas próximas décadas.
O julgamento que culminou na condenação ocorreu após análise de provas relacionadas aos atos investigados como tentativa de ruptura institucional. Com o trânsito em julgado, não há mais possibilidade de recurso dentro do STF, o que torna a decisão definitiva. Bolsonaro deverá cumprir a pena em regime inicialmente fechado, conforme definido anteriormente pela Corte.
A consequência política é profunda, especialmente para os grupos que orbitam o ex-presidente. Sem possibilidade de candidatura, Bolsonaro deixa uma lacuna dentro do campo da direita, que agora busca reorganizar lideranças e definir possíveis substitutos para as próximas disputas eleitorais. Analistas avaliam que o impacto será sentido imediatamente no cenário eleitoral de 2026 e terá reflexos duradouros.
A defesa de Bolsonaro afirma que seguirá buscando medidas jurídicas para contestar aspectos da decisão, embora especialistas considerem remotas as chances de reversão do quadro atual. Ainda assim, a nova inelegibilidade marca um dos episódios mais relevantes da política recente e reforça a responsabilidade jurídica imposta a agentes públicos envolvidos em ações que atentem contra a ordem democrática.



